Mais de 20 anos a estudar alimentação e nutrição fizeram-me perceber que é fundamental conhecer intrinsecamente as pessoas tanto quanto os alimentos e os nutrientes.

No que respeita à alimentação, faz sentido (re)encontrar um equilíbrio: não ser refém de regras alimentares, assim como não o faz o extremo oposto, o de satisfazer impulsos constantemente. O que faz sentido é voltar a ter o prazer saudável de comer em cada grande ou pequena refeição, é associar este acto vital a momentos de amor, antes de mais por nós mesmos..

Após o meu burnout, que me levou a (re)encontrar o meu caminho espiritual, o equilíbrio emocional… percebi que queria ajudar outras pessoas – repetindo: porque em nutrição, digo agora que é até mais importante do que conhecer alimentos e nutrientes, conhecer as pessoas, saber como chegar a elas e ajudá-las nesse caminho de amor (por elas), pela comida e pelo acto de comer e até de cozinhar, de preparar as refeições… porque na verdade, a nossa relação com a comida reflecte tanto da nossa relação connosco e com os outros…”

Proponho um estilo de vida que valoriza a nutrição de fora para dentro, claro, mas também, sem dúvida, de dentro para fora.

Faz sentido ir de encontro à causa, não ao efeito, não “tapar o sol com a peneira”. São tantos os motivos que nos levam a exacerbar a fome emocional – então tomemos consciência, paremos, tenhamos tempo para nós e conheçamo-nos. A partir daí um emagrecimento, por exemplo, será muito mais simples e duradouro.

Entender que tudo se torna mais leve quando aceitamos que a relação saudável com a comida só existe quando há uma relação saudável connosco, uma integração entre a forma como nos vemos e como nos sentimos – sobretudo com um respeito inabalável por nós é essencial para sermos mais felizes.